A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), desencadeou nesta quinta-feira (25) a Operação Romaneio, com o objetivo de desarticular uma associação criminosa responsável pelo desvio de 47 cargas de fertilizantes, avaliadas em aproximadamente R$ 6 milhões.
As cargas pertenciam a uma grande companhia do setor agropecuário e tinham como origem o Porto de Paranaguá (PR), mas não chegaram ao destino final. As investigações identificaram que os registros de entrega foram fraudados para simular o recebimento dos produtos nas fazendas do grupo, permitindo a apropriação indevida da mercadoria.
Foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão nos municípios de Rondonópolis (15), Sorriso (1) e Ipiranga do Norte (1), com apoio das delegacias locais. A ação mira 25 investigados, incluindo cinco funcionários da empresa lesada, 11 motoristas ou donos de caminhões envolvidos no desvio e nove empresários suspeitos de receptação ou participação no esquema.
Segundo a Polícia Civil, entre junho de 2024 e julho de 2025, o grupo criminoso desviou cerca de 2.273 toneladas de fertilizantes. O prejuízo direto foi estimado em R$ 5,1 milhões, com acréscimo de R$ 886 mil referentes aos fretes das cargas não entregues.
O delegado Mário Santiago, responsável pela investigação, afirmou que os registros falsos de entrega foram realizados, em grande parte, por meio de um único computador localizado em uma fazenda operada pela empresa vítima, utilizando senhas pessoais de diferentes funcionários. A análise também apontou uma transportadora que teria recebido pagamento por 36 fretes de cargas que nunca chegaram ao destino, apresentando documentação considerada inidônea.
A operação foi batizada de “Romaneio”, em alusão ao documento que descreve a carga transportada. Segundo o delegado, esse tipo de registro, quando adulterado, pode ser a peça central de esquemas fraudulentos que prejudicam empresas do setor de transportes e logística.
As buscas visam reunir mais provas, identificar todos os envolvidos e rastrear bens adquiridos com os valores desviados, abrindo caminho para um possível ressarcimento à empresa lesada.