O ministro da Casa Civil, Rui Costa, anunciou nesta quarta-feira (24) que o governo federal pretende acionar judicialmente os estabelecimentos hoteleiros que estiverem praticando preços abusivos durante a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro de 2025, em Belém (PA).
Segundo o ministro, alguns hotéis estariam cobrando valores considerados excessivos, inclusive aqueles instalados em imóveis públicos ou que receberam financiamento subsidiado. Costa classificou os preços como “estratosféricos” e defendeu uma política tarifária mais justa, a fim de preservar a imagem da cidade diante da comunidade internacional.
“Não é justo que, em um evento dessa magnitude, se pratique exploração. Queremos que Belém seja lembrada pela receptividade, cultura e hospitalidade, não pelos abusos nos preços”, declarou.
Medidas judiciais e resposta às críticas
Reuniões com a Advocacia-Geral da União (AGU) já estão em andamento para definir as ações legais contra os empreendimentos que estiverem fora dos parâmetros considerados razoáveis. O objetivo é garantir equilíbrio entre a demanda turística provocada pelo evento e a oferta de hospedagem, sem prejuízo à reputação da capital paraense.
Rui Costa também rebateu críticas que questionam a capacidade de Belém em sediar um evento de grande porte. De acordo com ele, há imóveis com padrão internacional disponíveis para locação, com valores compatíveis ao mercado global.
“Minha vinda aqui é para desconstruir a narrativa de que Belém não tem estrutura. A cidade está pronta”, afirmou.
Investimentos e legado da COP30
Mais de R$ 4 bilhões foram investidos pelo governo federal na preparação de Belém para receber a COP30. As obras de infraestrutura estão em estágio avançado:
- A Vila dos Líderes está com 90% da construção finalizada e será convertida em sede do governo estadual após a conferência;
- O Aeroporto Internacional de Belém atingiu 95% de execução;
- O Porto Futuro 2 e o Parque da Cidade já estão com 99% das obras concluídas.
Para o ministro, o legado da COP30 deve ultrapassar as melhorias estruturais, promovendo uma imagem positiva e duradoura da Amazônia para o mundo.
“Queremos que Belém e a região amazônica se tornem referência não só nas discussões ambientais, mas também como destino turístico, cultural e gastronômico”, completou.
Sobre a COP30
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025, conhecida como COP30, será realizada em Belém do Pará. Trata-se do principal evento global voltado às questões climáticas, reunindo representantes de cerca de 200 países, além de cientistas, empresários, autoridades políticas e membros da sociedade civil.
A escolha da Amazônia como sede é altamente simbólica, destacando a importância estratégica da região para o equilíbrio climático do planeta. Os debates desta edição devem focar em preservação ambiental, justiça climática, desenvolvimento sustentável e soluções integradas para os desafios enfrentados por países tropicais.
